Eis que me revolucionei também. Construí toda uma parafernália que me leva além, quem sabe até fique rica. Antes de tudo fundei uma ONG (nessa vibe quem sabe até o governo me contrate): Eu odeio o amor. Porque eu odeio mesmo. Amor é uma droga, no sentido literal: vicia, machuca, é bonito, faz implorar por mais. Na minha ONG a gente te ajuda com isso (ou muda teu ponto de vista sobre isso). Gostar de sentir dor deve ser redirecionado. Invés de amor: boxe. Invés de amor: uma picada de escorpião. Isso que é dor de verdade.
E depois vem aquela máquina, aquela que faz com o teu coração faça o papel dele: bombear sangue no corpo. Sem parar por um instante (ou acelerar loucamente) ao ver você. Sem doer. Sem amar. Só bombear sangue. Tu -tu, Tu-tu. Direcionando emoções. Sem frustrações, sem estresse. Sem-amar.
Pena que se desligar seja impossível. Impossível, não de um jeito desafiante. Impossível de um jeito "vou continuar sofrendo".
No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
A partir desta data
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela-- silêncio perpétuo
Extinto por lei todo remorso,
maldito seja que olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
Mais problemas não se resolvem,
problemas tem família grande,
e aos domingo saem todos para passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas
(Paulo Leminski)
P.S rápido e inusual: Texto tirado de uma boa divagação com minha Mariana (Moro). Amigas como você provam que nem tudo está perdido (risos).