segunda-feira, maio 30, 2011

Neurose

Você sorriu pra mim, eu sorri pra você, então estávamos bem. Bem, eu disse, mas a gente tem essa maldita mania se superestimar a felicidade. Eu não posso dizer se é um estado transitório, eu só posso falar por essa euforia chata que eu sinto no estômago. É alguma mistura estranha de todos os bichos que voam - e é exatamente assim que eu me sinto. Eu não te amo, eu não te amo, eu não te amo. Eu passei a repetir isso e no fim eu me convenci. Afinal o que é o amor? Afinal o que são as rosas? Que besteira, o poeta me disse que as rosas não falam. Não era amor e pronto. Amor é outra coisa - que se fosse boa não doía. E acredite em mim: dói.

Eu acabei descobrindo que você é meu desafio, minha vontade de provar que, damn, eu estava certa mais uma vez. Nesse caso eu gostei de estar certa, das outras vezes eu só quebrei a cara. E agora você me quer, e quer, e faz questão de me dizer em todas as oportunidades. "Eu quero você". A minha lição é não me subestimar no final das contas, porque querer é bem longe de amar. Em algum momento eu achei que as águias de rapina, borboletas e pterodáctilos no meu estômago estavam querendo me passar um recado - no fim era só mal estar, dor de barriga.

E eu nessa coisa sem fim de querer te decifrar, me decifrar e pensar em você o tempo todo - ou entre os primeiros vinte e quatro minutos de cada hora - só pra criar aquela alusão ilusão de que você está fazendo aquilo também, e e veja: você está. 
Eu não estou mais.
Não era amor...
Era neurose